Na
audiência, a delegação da CNA apresentou preocupações relativamente à seca, aos
territórios percorridos pelos incêndios (com especial referência ao Parque
Natural da Serra da Estrela), à situação dos baldios e das florestas, entre
outras matérias da competência da tutela que se cruzam com as questões da
Agricultura e do Mundo Rural.
As
crescentes obrigações ambientais, que exigem adaptações e acarretam custos
acrescidos para os agricultores, mereceram nota por parte da Confederação, que
apontou para a necessidade de desburocratizar e simplificar os processos e de
reforçar o apoio técnico através das organizações de produtores.
Outro dos
assuntos abordados pela delegação da CNA foi a ocupação de terras com aptidão
agrícola e florestal por enormes centrais de painéis fotovoltaicos, que, para
além da especulação, dificultam o acesso à terra para produzir alimentos.
Na área das
florestas, a delegação da CNA frisou a necessidade urgente, e justa, de tornar
públicos e transparentes os preços praticados no sector de forma a garantir
melhores preços para os pequenos e médios produtores florestais. A CNA alertou
ainda para os atrasos nos contratos-programa dos Agrupamentos de Baldios e para
a necessidade da continuidade dos projectos para a criação de agrupamentos que
estão a ter bons resultados para o território e para as comunidades.
Os
dirigentes da CNA reiteraram a importância da Agricultura Familiar no
território, na gestão da paisagem e dos recursos naturais e, nesse sentido,
apelaram ao Ministério que assuma um papel influenciador para a concretização
do Estatuto da Agricultura Familiar. Integraram a delegação da CNA os
dirigentes Aníbal Cabral, Daniel Serralheiro e Laura Tarrafa.