A iniciativa, que contou com a participação dos vários membros
fundadores do CeCAFA, da Sra. Ministra da Agricultura e Alimentação, de
entidades ligadas ao sector agrícola e com uma presença significativa de
agricultores familiares, constituiu um importante momento de afirmação da
Agricultura Familiar e do modelo agroecológico.
As intervenções da mesa e da plateia
sublinharam de forma inequívoca o papel da Agricultura Familiar e da Agro-ecologia
no desenvolvimento sustentável e inclusivo, na garantia da soberania alimentar,
no fortalecimento das economias rurais através da criação de emprego e
rendimento, na vitalidade das comunidades rurais, na conservação dos recursos
naturais, paisagem e biodiversidade…
Face a uma crescente pressão sobre os
agricultores familiares em resultado da perda de rendimento associada à
globalização e competição nos mercados agrícolas e de bens alimentares, do
aumento dos custos de produção, entre outros factores, nas últimas décadas o
número de explorações familiares reduziu de forma drástica.
Neste contexto, torna-se ainda mais
evidente a necessidade de potenciar os contributos positivos da Agricultura
Familiar e da Agro-ecologia e é nesse sentido que a Agenda de Investigação e
Inovação do CeCAFA estabelece um conjunto de objectivos operacionais de forma a
contribuir para o desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis.
Esses objectivos passam pela criação e
reforço de dinâmicas colectivas em torno da Agricultura Familiar e da Agro-ecologia,
pela promoção dos Circuitos Curtos de Comercialização com garantia de qualidade
atestada com base no reconhecimento do “Sistemas Participativos de Garantia”
(SPG) e pela garantia de rendimento justo para os agricultores familiares, por
exemplo.
A Agenda define também medidas de
actuação que contribuam para a investigação e a inovação ao nível da integração
de novas tecnologias e técnicas, para a identificação, reconhecimento e
valorização de práticas agroecológicas ou para a sistematização e preservação
do conhecimento e diversidade biológica, tecnológica e cultural
tradicionalmente transmitida de geração em geração entre agricultores/as
familiares.
No que respeita à transferência de
conhecimento e capacitação dos agricultores/as familiares e da cooperação com
entidades que se dedicam à investigação, promoção, divulgação e capacitação no
âmbito dos princípios agroecológicos são estabelecidas diversas medidas de
actuação.
Entre essas medidas está a implementação
de uma Rede de Centros de Demonstração/Laboratórios Vivos para testemunho de
práticas agroecológicas, a organização de dias de campo e roteiros temáticos ou
a realização de acções de demonstração de novos equipamentos e tecnologias
adaptados à pequena Agricultura Familiar, por exemplo.
Estes são apenas alguns dos objectivos e
medidas da Agenda, que define um conjunto vasto de intervenções que se
articulam com políticas, documentos e estratégias, nomeadamente a Agenda de
Inovação para a Agricultura 2020-2030, o novo quadro comunitário de apoio à
agricultura 2021-2027 ou a Década das Nações Unidas para Agricultura Familiar
2019-2028.
Importa, agora, que essas mesmas
políticas e estratégias se materializem no apoio ao desenvolvimento da
Agricultura Familiar e do modelo agroecológico. No que respeita ao CeCAFA, com
a diversidade e complementaridade das organizações que lhe dão corpo, antevê-se
um caminho auspicioso de promoção e desenvolvimento destes modelos de
sustentabilidade.
Consulte aqui a Agenda
de Investigação e Inovação
Saiba mais sobre o CeCAFA